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Criado em 2 de Junho de 2022 às 12:27

Exposição da Ufopa revela parte da diversidade de fungos do Oeste do Pará

31/05/2022 - Amazon Amazônia - Positiva

2 de Junho de 2022 às 12:27

Exposição da Ufopa revela parte da diversidade de fungos do Oeste do Pará
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Marcos Santana(C) e seus alunos colaboradores. Fotos: Maria Lúcia Morais
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 A 1ª Exposição Micológica da Ufopa (I EXPOMyco), realizada nesse sábado (28/5), no Parque da Cidade de Santarém, revelou ao público a diversidade de macrofungos da região Oeste do Pará, com destaque para as espécies de cogumelos silvestres comestíveis. A mostra, cujo tema foi Sentados em uma mina de ouro, contou com exemplares colhidos no Parque da Cidade e que fazem parte do acervo do Herbário HSTM da Ufopa.

“Essa é uma parcela da diversidade que temos na região”, afirma o organizador da exposição, Marcos Santana, professor do curso de bacharelado em Biologia do Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA).

Outro objetivo da ação foi o de desmistificar a crença popular de que todos os fungos fazem mal ao ser-humano.

“Os fungos que fazem algum mal para nós são muito poucos em relação a todos os benefícios que temos com relação a eles. Por isso, essa exposição é para mostrar que temos uma diversidade de fungos que vai muito além do mofo ou da micose. Muitas pessoas utilizam fungos no seu dia-a-dia, incluindo na alimentação, e não sabem disso”, explica.

Segundo o professor, a atividade é uma devolutiva referente ao inventário realizado pela Ufopa sobre a diversidade de fungos no Parque da Cidade.

“Iniciamos os trabalhos de diversidade no Parque com alunos da Biologia que estavam terminando a graduação e que tinham as perguntas: Qual é a diversidade do parque? Quantos cogumelos, quantas espécies há no parque? E, para responder a esses questionamentos, viemos até aqui, coletamos e inventariamos a sua diversidade”.

Com o objetivo de mostrar ao público leigo como se inicia uma pesquisa científica envolvendo fungos, foi realizada a oficina Caçada aos macrofungos, que contou com a participação de crianças, jovens e adultos.

“Tinha donas de casa, alunos de graduação de outros cursos, todos com a mesma pergunta, como coleto um cogumelo? Levamos as pessoas para coletar e todo mundo ficou fascinado. Foi uma resposta muito boa. Além disso, conseguimos falar de ecologia, biotecnologia, meio ambiente, diversidade, particularidades da biologia dos fungos e o dia-a-dia com o uso de fungos principalmente na alimentação humana. Dependendo da espécie, se cultivada ou não, temos maior quantidade de proteína, vitaminas e antioxidantes”, explica Marcos Santana.

“Às vezes, a parte boa do fungo silvestre está em maior quantidade do que no fungo cultivado, porque na natureza eles estão usando o substrato que gostam, conseguem trabalhar de outra forma. O cultivado é induzido a partir de um substrato que eu desenvolvo. Esses silvestres podem ter maior quantidade de substâncias boas porque aqui eles crescem livres, dentro de condições naturais”, explica.

Inventário

“No Parque da Cidade nós achamos uma grande variedade de fungos. Uma coisa que chamou muito a atenção foi que achamos muitos cogumelos comestíveis, o que indica uma necessidade de um estudo maior”, explica Daniel Marinho, discente do curso de Licenciatura em Biologia do Instituto de Ciências da Educação (Iced). “Os fungos comestíveis chegam na região com preço muito alto no mercado e a gente tem como produzir aqui, tem uma capacidade de desenvolver uma tecnologia melhor, um cultivo maior, até para ajudar na economia do município”.

Segundo Marcos Santana, o inventário do Parque da Cidade ainda não foi concluído em virtude da grande quantidade de espécimes coletados.

“Estamos ainda na metade do processo de identificação das espécies, pois os nossos alunos coletaram um volume de material gigantesco e parte desse material é comestível. São fungos silvestres comestíveis, também chamados de fungos alimentícios não-convencionais, por não estarem a venda nos supermercados, mas que podem ser consumidos e, muitas vezes, são até mais nutritivos do que aqueles a venda”, explica.

Os macrofungos (cogumelos) coletados são desidratadas e acondicionadas no Herbário da Ufopa para registro da diversidade regional. “Esse herbário tem catalogação internacional. Toda informação que entra lá rapidamente vai para a internet e é de acesso livre, o que é muito importante para a produção de conhecimento”.

Na Ufopa, a pesquisa do professor Marcos Santana sobre fungos dialoga também com o Laboratório de Fisiologia Vegetal e Crescimento de Plantas.

“Nesse laboratório a gente trabalha com os fungos microscópicos que estão associados as raízes das plantas de uma forma benéfica porque contribuem com o desenvolvimento vegetal”, afirma.

 

Link: https://www.amazonamazonia.com.br/2022/05/31/exposicao-da-ufopa-revela-parte-da-diversidade-de-fungos-do-oeste-do-para/