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Criado em 20 de Outubro de 2022 às 12:16

Pesquisadores visitam sistema 'Irrigapote' na Fazenda experimental da Ufopa, em Santarém

18/10/2022 - G1 Santarém e Região — PA - Positiva

20 de Outubro de 2022 às 12:16

Pesquisadores visitam sistema 'Irrigapote' na Fazenda experimental da Ufopa, em Santarém


Doutorandos do Programa de Pós-graduação em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento turma 2022, realizaram atividade de campo na sexta-feira (14). 

Doutorandos e professores em visita à fazenda experimental da Ufopa — Foto: Divulgação
Doutorandos e professores em visita à fazenda experimental da Ufopa — Foto: Divulgação

A disciplina Produção do conhecimento e metodologia interdisciplinar, possibilitou a 23 estudantes de doutorado da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), conhecer uma tecnologia social que tem modificado o conceito de irrigação. A partir de potes de barro conectados a sistema de coleta de água da chuva, espécies frutíferas e não madeireiras buscam a água armazenada através de suas raízes. O sistema é conhecido como irrigapote.

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A disciplina é ministrada pelos docentes Lucietta Martorano e Thiago Vieira. Ao longo de duas semanas, os estudantes participam de aulas de campo, teorias e práticas sobre metodologia interdisciplinar e conhecimento tradicional.

Durante a visita que foi realizada na última sexta-feira (14), os doutorandos viram como funciona a tecnologia que permite a oferta de água no solo em períodos de estiagem prolongada, tendo como foco a agricultura familiar. Na fazenda experimental, o sistema que está com cerca de um ano de implantação, está irrigando 46 plantas frutíferas de forma sustentável, sem retirar água do aquífero Alter do Chão.

De acordo com Lucieta Martorano, no processo, a água da chuva vai para reservatórios para então ser distribuída para os potes de barro enterrados junto às culturas alimentares escolhidas pelos agricultores. “Uma tecnologia simples, de fácil implantação, que aproveita a água da chuva e garante boas colheitas às famílias, gerando renda e segurança alimentar”, explicou.

Professora Lucieta Martorano mostra tecnologia irrigapote — Foto: Ronaldo Rosa
Professora Lucieta Martorano mostra tecnologia irrigapote — Foto: Ronaldo Rosa

Os potes são enterrados em covas junto às plantas a serem irrigadas e recebem, por meio de tubos, a água captada da chuva. A água segue automaticamente do reservatório para os potes, por meio do sistema de boias, semelhantes ao utilizado nas descargas dos banheiros ou caixas d’água.

A partir daí a natureza assume, e a planta vai prolongar suas raízes, que envolvem os potes, sugando a água necessária somente no período de estiagem.

De acordo com a professora Daniela Pauletto, que é doutoranda na rede Bionorte, quando há oferta hídrica, com as chuvas, por exemplo, a água do pote permanece intacta. "E quando o solo seca, a força gravitacional faz com que a água condense na superfície do pote, que é feito de barro − uma substância porosa − e, por isso, a planta emite a raiz até o pote e capta a água que está condensada na superfície. É uma tecnologia de baixo custo, que utiliza tecnologias milenares, trazidas de outros lugares do mundo onde há áreas áridas que têm escassez hídrica", pontuou.

 

Link: https://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2022/10/18/pesquisadores-visitam-sistema-irrigapote-na-fazenda-experimental-da-ufopa-em-santarem.ghtml