Criado em 2 de Fevereiro de 2023 às 18:51
20/01/2023 - O Liberal - Ufopa citada
2 de Fevereiro de 2023 às 18:51
Tourinho cobra reajuste de verbas para pesquisa de universidades do Norte em reunião com Lula
Reitores de universidades e institutos federais se reuniram com o presidente e ministro da Educação, Camilo Santana, no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (19)
Daleth Oliveira
20.01.23 8h00
Divulgação / UFPA
fonteO reitor da UFPA discursou no encontro com o presidente Lula representando a região Norte (Divulgação / UFPA)
O reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Emmanuel Tourinho, cobrou do Governo Federal que sejam revisadas e ajustadas as verbas para ciência e tecnologia das universidades do Norte. A pauta foi levantada durante reunião de reitores de universidades e instituições federais de todo o País com o presidente Lula (PT) e o ministro da Educação, Camilo Santana, realizada nesta quinta-feira (19) no Palácio do Planalto, em Brasília.
“Tive a oportunidade de falar como um dos representantes da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e ressaltei a urgência da correção das assimetrias regionais na distribuição dos recursos federais para ciência e tecnologia. Essa é uma pauta pela qual vimos lutando há muito tempo e vemos, agora, uma boa oportunidade para vê-la contemplada. Não podemos persistir com a situação de receber apenas 5% das verbas federais para a pesquisa, quando representamos cerca de 10% da população e cerca de 10% do PIB brasileiro”, disse o reitor.
Tourinho discursou no encontro representando a região Norte. Outros reitores do Estado também marcaram presença, como Aldenize Xavier da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Francisco Ribeiro da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), Claudio da Rocha do Instituto Federal do Pará (IFPA) e Herdjania Veras da Universidade Federal Rural do Pará (Ufra). Ao todo, 106 representantes de instituições participaram da reunião.
O encontro marcou a retomada de encontros anuais entre a Presidência da República, ministros e dirigentes das instituições de ensino, iniciados na gestão de Fernando Haddad à frente do Ministério da Educação (2005-2012), durante os governos Lula e Dilma Rousseff. “Ao receber as Universidades no Palácio do Planalto, o Governo Federal também sinaliza que buscará garantir as condições de trabalho para as universidades, inclusive com a recomposição de seus orçamentos. Igualmente importante, Lula reafirmou que respeitará a autonomia universitária e nomeará sempre os reitores que forem eleitos por suas comunidades”, contou Emmanuel Tourinho.
"Eu quero que vocês saibam que a autonomia universitária será garantida. Neste mandato nosso inteiro, vocês vão ter o direito de ser responsáveis porque quem é eleito para ser reitor, também é gostoso ser eleito, mas também deve ser gostoso ter responsabilidade com o dinheiro da universidade, com a administração da universidade e com o zelo pela universidade", afirmou Lula.
Ao longo da gestão do ex-presidente Bolsonaro (PL), foram nomeados diversos reitores que não ficaram em primeiro lugar na lista tríplice feita pela comunidade universitária, o que gerou críticas sobre interferência nas universidades. Porém, a legislação prevê que o presidente da República pode escolher um dos três nomes, sem determinar a nomeação do primeiro colocado.
“Esta reunião foi um evento histórico, muito importante. As universidades voltaram a ser respeitadas e valorizadas por seu papel para o desenvolvimento nacional, como, aliás, acontece em todas as nações civilizadas. Temos, agora, um ambiente favorável para pensar em projetos inovadores, que potencializem a nossa contribuição e abram novas oportunidades de conquistas sociais e econômicas nos ambientes em que atuamos”, conclui o reitor da UFPA.
Reitores do Pará
Entre as temáticas da reunião, a reitora da Ufopa, Aldenize Xavier, destacou a criação de novas faculdades de medicina no País. “Um dos pontos frisados foi a criação de novos cursos de medicina nas universidades federais, o que vem ao encontro de uma demanda antiga reivindicada pela população da região Oeste do Pará à Ufopa, e que é de grande interesse da nossa instituição, considerando que atualmente há apenas um curso de medicina ofertado pelo Campus da Universidade do Estado do Pará em Santarém”, disse a professora.
O reitor da Unifesspa, Francisco Ribeiro, que também é coordenador da Andifes Norte, teve no encontro a oportunidade de tratar dos assuntos mais urgentes das universidades da Amazônia. “Entregamos à nova Secretária de Ensino Superior, a professora Denise Pires, que é ex-reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), as propostas do Fórum das Universidades da Amazônia que foram entregues ao GT de Educação do governo de Transição. Ela se comprometeu a apresentar para o ministro da Educação as demandas e contribuições das universidades da Amazônia”, contou Ribeiro.
Para o reitor do IFPA e presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Claudio da Rocha, o encontro representou a importância que será dada à pesquisa nos próximos quatro anos. “Ficou muito claro que o diálogo vai imperar. Também foi destacada a necessidade de investimentos para resolver alguns problemas estruturantes, compreendendo que temos alguns gargalos, por exemplo, a inclusão digital, acesso à internet, em especial na região Norte que reverberam na oferta de educação com mais qualidade. Por fim, ficou claro a priorização que a educação, ciência e tecnologia terão daqui pra frente”, declarou.
A reitora da Ufra, Herdjania Veras, falou que aguarda o cumprimento das declarações feitas pelos representantes do Governo durante a reunião. “Esperamos que o Governo recomponha o orçamento das universidades para que possamos investir na melhoria da nossa infraestrutura, na qualificação dos nossos servidores e na assistência aos nossos alunos. A Ufra tem uma carência muito grande de melhoria da sua infraestrutura e precisamos retomar e dar continuidade às obras inacabadas para resolvermos os problemas de sala de aula e laboratórios”, comentou a professora.
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