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Criado em 24 de Abril de 2024 às 13:02

No Pará, eventos científicos criam espaços infantis para oportunizar a participação de mães

01/09/2023 - Agência Pará de Notícias - Ufopa citada

24 de Abril de 2024 às 13:02

No Pará, eventos científicos criam espaços infantis para oportunizar a participação de mães
Governo do Estado assegura a iniciativa inclusiva nos editais lançados pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa)

Por Gustavo Pêna (SEOP)
01/09/2023 10h32
Foto: Divulgação
No último edital de apoio à realização de eventos científicos, tecnológicos e de inovação, o Governo do Pará, por meio da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), destinou R$ 5 mil a mais a título de incentivo financeiro exclusivamente para os projetos que incluíram um espaço para recreação infantil. A iniciativa, pioneira entre as instituições estaduais que promovem o financiamento da pesquisa, vem estimulando a participação de mães na ciência paraense.

De acordo com o Marco Referencial para a Igualdade de Gênero em Instituições de Ensino Superior no Brasil, desenvolvido por organizações britânicas e brasileiras, práticas excludentes ainda enraizadas na sociedade são entraves às carreiras de mulheres, necessitando cada vez mais de atividades práticas que proponham a promoção de igualdade de gênero no ensino superior e na pesquisa. A questão da parentalidade, ou seja, o desenvolvimento da carreira acadêmica materna com a demanda dos filhos na primeira infância, é uma delas.

A pesquisadora, Liviane Ponte Rego, de 41 anos, é mãe de dois filhos, um de sete e outro de nove anos. Ela contou com um espaço recreativo para deixar os meninos durante a participação no VIII Congresso sobre Tecnologias na Educação, promovido no último mês de agosto pela Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em Santarém.

Foto: Divulgação“Sabendo que as crianças estavam sendo bem acolhidas e participando de atividades lúdicas, me deu mais tranquilidade para que eu me organizasse para participar da programação do evento. Consegui participar nas atividades que eu tinha interesse. As crianças adoraram! A iniciativa, inclusive, foi alvo de comentários satisfatórios nos círculos que envolviam pais que estavam ali presentes”, falou Liviane Ponte Rego.

Carla Marina Paxiuba, professora do programa de computação da Ufopa e uma das organizadoras do Congresso. Ela explica que o espaço infantil contou com oito crianças, entre três e 12 anos, que tiveram a monitoria de uma psicóloga e mais duas auxiliares, promovendo atividades como contação de histórias, musicalização, jogos de tabuleiro e colagem criativa. Também foram disponibilizados frutas, sucos e lanches para os menores.

“O edital de apoio foi essencial para a realização do Congresso na cidade. Fornecer apoio para o espaço kids é primordial para que as mães possam participar com a segurança de que seus filhos estão em um ambiente seguro. Ter este espaço em um evento que tem como público alvo docentes do ensino básico e superior foi muito importante para garantir a participação e ampliar o público”, analisa Carla Marina Paxiuba.

Foto: DivulgaçãoEstudante de licenciatura em matemática na Universidade Federal do Pará (UFPA) no campus de Breves, Nayeli Cardoso, de 20 anos, deixou o filho de dois anos no espaço recreativo do II Congresso Amazônida Marajoara de Matemática, que também aconteceu em agosto, na cidade do Marajó. Ela comemorou a oportunidade de participar da carreira científica em paralelo à maternidade.

“É muito importante ter esse apoio às mães, pais e outros que não tem com quem deixar suas crianças. Minha experiência foi ótima, meu filho adorou brincar no espaço e fiquei mais tranquila por saber que meu filho estava em um lugar legal”, disse Nayelli.

O presidente da Fapespa, Marcel Botelho, destaca que, além do financiamento extra a projetos que incluíram um espaço infantil, uma outra ação efetiva da Fundação para ampliar e incentivar a participação feminina na ciência foi expandir o período de avaliação curricular de mulheres comparada ao de homens, já que é comprovado que a maternidade interrompe, durante um período, a produção científica da mulher.

Foto: Divulgação
“A desigualdade de gênero na ciência e os fatores responsáveis por isso têm sido cada vez mais discutidos na Diretoria Científica da Fapespa. Já se sabe que a progressão na carreira científica é mais difícil para as mulheres mães. Mas nós não queremos só promover discussão, é preciso agir na prática. Vamos continuar colocando essas ações afirmativas nos nossos editais e chamadas para que haja um envolvimento cada vez maior das mulheres na ciência do Pará”, afirma Marcel Botelho.

 

Link: https://agenciapara.com.br/noticia/46910/no-para-eventos-cientificos-criam-espacos-infantis-para-oportunizar-a-participacao-de-maes