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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ

Instituto de Ciências da Educação

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Criado em 29 de Janeiro de 2024 às 16:08

Docentes e técnicos do Iced visitaram a Comunidade Quilombola Bom Jardim

29 de Janeiro de 2024 às 16:08

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Servidores do Iced e membros da Comunidade Quilombola Bom Jardim

 

Docentes e técnicos do Instituto de Ciências da Educação - Iced visitaram a Comunidade Quilombola Bom Jardim, em uma ação de formação promovida pela direção do Instituto. O evento consistiu na visita a uma das escolas públicas da comunidade e na Mesa Redonda cujo o tema de trabalho foi: “Impactos dos cursos da UFOPA nos discentes de comunidades quilombolas: avanços e perspectivas”

Os servidores tiveram a oportunidade de visitar as instalações da Escola São Pedro e de ouvir o relato de Patrícia Guimarães dos Santos, ela atua como docente na escola São Pedro e é também egressa do curso de Licenciatura em Matemática e Física/Parfor/UFOPA, em seu breve relato ela contou sobre as grandes dificuldades enfrentadas, em períodos passados, para o acesso a educação básica, por ter nascido na comunidade ela descreveu muito das suas próprias experiências que ela junto aos demais membros da comunidade foram submetidos para ter acesso ao direito básico que é a educação.  Entre os desafios atuais está o acesso à educação de nível superior e médio, a comunidade não possui uma escola de ensino médio e o deslocamento para outras áreas é dificultoso, principalmente no período noturno onde as rondas do serviço público de transporte cessam no início da noite.

Em seguida deu-se a composição da mesa redonda que foi composta pelo professor Joilson Vasconcelos dos Santos, presidente da comunidade quilombola Bom Jardim, Isabel Santos, discente da UFOPA e pelo Senhor Mário Augusto Pantoja de Sousa, presidente da Federação das Organizações Quilombolas de Santarém - FOQS.

O Senhor Mário Augusto Pantoja de Sousa, abordou o tema “Um panorama acerca das comunidades quilombolas de Santarém” a partir desse tema ele relatou como ao longo de décadas ocorreu o processo de negociações para que políticas públicas educacionais fossem implementadas dentro das comunidades quilombolas em Santarém. Ouvimos também Isabel Santos, filha da comunidade, e concluinte do curso de Letras/UFOPA, que a partir do tema “A trajetória da mulher quilombola na Universidade”, relatou suas experiências pessoais enquanto aluna de origem quilombola dentro universidade, seus relacionamentos no espaço com outros discentes e docentes e seus enfrentamentos na realidade da vida acadêmica.

Por fim, tivemos a fala do professor Joilson Vasconcelos dos Santos, egresso do curso de Licenciatura em História e Geografia/Parfor/UFOPA e, atualmente aluno do  Mestrado em Educação, ele nasceu na comunidade e é professor no próprio Território, sua abordagem dentro tema proposto consistiu em discutir a respeito dos “Impactos da Ufopa no Quilombo Bom Jardim”, o professor Joilson mencionou que as políticas atuais têm oferecido algumas perspectivas aos membros, mas que há muitos desafios a serem superados pois mesmo com o acesso outro grande desafio é a permanência no espaço universitário por conta de questões, econômicas e sociais.

Desse modo, a mesa composta por eles discutiu acerca do papel relevante da nossa Instituição nas comunidades, mas também o quanto ainda precisamos avançar nas políticas de ações afirmativas.

Após essas falas alguns docentes forneceram contribuições ao debate elaborando retrospectivas históricas sobre a educação dentro das comunidades quilombolas e manifestando apoio e solidariedade a respeito do que é possível melhorar para o acesso e permanência dos alunos de origem quilombola no espaço universitário.

Essa foi a primeira visita promovida, pela direção atual do instituto, à uma comunidade quilombola, com intuito de fornecer formação aos servidores. No próximo semestre os servidores visitarão uma comunidade indígena.

A direção visa oferecer, a partir dessas visitas, formação continuada para os docentes e técnicos na perspectiva de que os servidores atuem, dentro da universidade, munidos por reflexões e conhecimento sobre a realidade dos alunos oriundos dessas comunidades. Pensando que a diversidade da realidade pode impactar diretamente na atuação e no atendimento prestados à esses alunos, essa formação é um meio de agir a favor do acesso e permanência dos alunos e do oferecimento de uma formação que agrega e respeita o conhecimento que vem de outras realidades.