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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ

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Ultima atualização em 7 de Novembro de 2023 às 16:12

Revista Nature publica pesquisa da Ufopa sobre emissões de mercúrio e CO2 em garimpagem na Amazônia


O trabalho foi realizado por pesquisadores da Ufopa em conjunto com professores da Universidade de Pforzheim, na Alemanha

“Emissões de mercúrio e CO2 provenientes da mineração artesanal de ouro na floresta amazônica brasileira”. Este é o título do trabalho desenvolvido pelos pesquisadores Bernhard Peregovich, Lorena da Silva Tenório e Adria Cristina da Silva Alves, do IEG/Ufopa, em conjunto com os também pesquisadores da Universidade de Pforzheim, na Alemanha, Benjamin Fritz e Mário Schmidt e que foi publicado nesta segunda-feira, 6 de novembro de 2023, na conceituada revista Nature.

O levantamento investigou o uso de mercúrio e energia em 47 locais de mineração na bacia do rio Tapajós, considerado o maior distrito de mineração artesanal do mundo (ASGM).

A pesquisa mostra que são utilizados 1,7 kg de mercúrio por kg de ouro extraído, dos quais apenas cerca de 0,19 kg de mercúrio são liberados no meio ambiente quando são utilizadas retortas (dispositivos de destilação que fazem a recuperação do mercúrio, evitando que ele vá para o meio ambiente). No geral, isso significa uma liberação anual de pelo menos ≈2,5 toneladas de mercúrio na região, mesmo quando são utilizadas retortas.

“Descobrimos também que a ASGM contribui para as alterações climáticas através do consumo de energia, responsável pela liberação de cerca de 16.000 kg de equivalente CO2 por quilograma de ouro. Isso significa que mesmo a mineração artesanal de ouro, que utiliza retortas, tem um grande impacto ambiental”, afirmam os pesquisadores.

Segundo eles, em inúmeras pesquisas de campo e visitas a um grande número de locais de ASGM no Brasil, principalmente no período de 2018-2022, foi investigado o uso de mercúrio e o impacto nas mudanças climáticas, fornecendo dados empíricos valiosos para futuras discussões científicas.

Eles concluem que o Brasil deve cumprir os requisitos das Nações Unidas sobre o mercúrio, adotando seu PNA da Convenção de Minamata. “Além disso, é necessária uma formalização melhor e mais simples das licenças de ASGM e uma monitorização eficaz da conformidade. Mas, independentemente disso, a mineração de ouro com utilização intensiva de energia, incluindo a mineração artesanal, ainda tem um longo e difícil caminho a percorrer para reduzir o seu impacto no clima”, finalizam.

PARA LER A PUBLICAÇÃO NA REVISTA NATURE, CLIQUE NESTE LINK

Texto: José Ibanês/IEG

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As tradicionais retortas usadas na garimpagem do Vale do Tapajós, conseguem reter até 75% do mercúrio usado na queima do ouro.

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As fotografias mostram (sentido horário a partir do canto superior esquerdo) mineração subterrânea de depósitos primários (filão), mineração a céu aberto de depósitos primários (filão), mineração a céu aberto (baixão) de depósitos secundários e mineração por dragagem (draga) de depósitos secundários. 

Fotos: Extraídas da pesquisa