Ultima atualização em 18 de Novembro de 2022 às 10:03
Mesa redonda I ecologia política na bacia do Tapajós, dia 07/11/2022.
Relator: Diego Amoedo e Ricardo Scoles
O evento iniciou a 19:10 do dia 07 de novembro de 2022 no Auditório da Unidade Tapajós da UFOPA com uma mesa de abertura composta pela Profª Camila Jacomé, colíder do Grupo de Estudos de Ecologia Histórica e Política das bacias do Trombetas, Tapajós e Xingu, Profº Raimundo Valdomiro de Sousa, Diretor do CFI e Profª Solange Ximenes, Vice_Reitora da UFOPA. A seguir, foi chamada a mesa redonda que foi coordenada pela Profª Iracenir Andrade do CFI na função de debatedora. Apresentaram nessa sessão a liderança indígena e aluna de direito da UFOPA Maria Leusa Munduruku, o Professor Diego Amoedo do Programa de Antropologia e Arqueologia (PAA) e a Professora Bruna Cigaran Rocha também do PAA. Maria Leusa fez uma imponente fala acerca dos impactos que os indígenas do Alto Tapajós e não só, vêm sofrendo ao longo das últimas décadas, tratando de temas muito caros e que foram passando por saúde, território, insegurança alimentar e a contaminação de seus corpos e ventres devido ao mercúrio oriundo do garimpo ilegal.
Diego Amoedo apresentou um trabalho em desenvolvimento no PAE Lago Grande (Santarém, Pará), e que está sediado no âmbito do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia, trazendo alguns dos apontamentos que os pesquisadores obtiveram sobre governança, comum e conhecimento. Este foi um exercício de aproximação e distanciamento do trabalho de campo e das teorias da ecologia política, através dos relatos e escritos dos coletivos que fazem parte do território.
Já a professora Bruna Cigaran da Rocha abordou em sua apresentação a formação geológica do Alto Tapajós e os impedimentos que as cachoeiras foram para a colonização. A ocupação extensa dos povos indígenas na região datados e documentados em seus extensos trabalhos, assim como as configurações sociais mais contemporâneas através dos impactos que esses grupos sofrem às suas formas de vida e de que forma a arqueologia está sendo uma ferramenta útil desde os pontos de vista da ecologia histórica e política para suas demandas efetivas. A última hora da mesa redonda serviu para debater junto a plateia as temáticas abordadas pela mesa e contou com a participação de nove pessoas, dois professores e sete alunos de graduação.
Resumo da Mesa Redonda II, dia 08/11/2022
Relatora: Dávia Talgatti
No último dia oito de novembro de 2022, o Centro de Formação Interdisciplinar (CFI-UFOPA) realizou a mesa redonda intitulada “Ecologia política na Bacia do Trombetas” sob a coordenação da Profª Dávia Talgatti, Diretora do Campus Universitário de Oriximiná. Na ocasião foram abordados três temas para discussão: o primeiro tema foi relacionado ao papel dos povos da floresta na conservação e manejo de recursos naturais de uso comum na bacia do Trombetas, apresentado pelo prof. Ricardo Scoles e pela discente do curso de Ciências Biológicas da Ufopa de Oriximiná Joerlane dos Anjos Mendes. Neste tema os palestrantes apontaram a importância dos povos tradicionais para a conservação da natureza, bem como a importância destes para o avanço científico na região amazônica.
O segundo tema foi exposto pela Profa. Camila Pereira Jácome e pelo antropólogo Walter Wai Wai e foi relacionado aos desafios enfrentados na gestão territorial nas terras Wayamu, principalmente na Terra indígena Trombetas Mapuera. Além disso, foi explanado sobre os protocolos de consulta e consentimento e a importância destas consultas para evitar ameaças externas e grandes empreendimentos em territórios indígenas.
O terceiro e último tema foi apresentado pelo geógrafo Hugo Gravina Affonso e abordou as problemáticas envolvidas nos usos e regras de utilização de recursos na Floresta Nacional de Saracá-Taquera (Oriximiná-PA). Nas finalizações de cada tema o público pôde intervir com contribuições ou dúvidas. Houve troca de informações entre os palestrantes e o público presente, o que enriqueceu as discussões e exposições. No geral, ocorreu complementação entre os temas propostos, de forma a concluirmos que nos territórios da bacia do rio Trombetas ocorre grande pressão por usos ilegais do solo e ambientes aquáticos por invasores e conflitos relacionados ao gerenciamento do mosaico de unidades de conservação que forma a Bacia do Rio Trombetas.