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Campus Oriximiná

Criado em 14 de Março de 2025 às 10:05

Estudo analisa floração de cianobatérias em Ponta de Pedras, Alter do Chão e Pindobal


Análise buscou compreender a extensão e os impactos de uma floração de cianobactérias ocorrida em janeiro deste ano, avaliando a presença de toxinas associadas e seus possíveis efeitos ambientais e à saúde pública.

A Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) divulgou relatório técnico com os resultados das análises da concentração de microcistinas (toxina de cianobactérias) e da abundância de cianobactérias presentes nas águas das praias de Ponta de Pedras e Alter do Chão (em Santarém) e Pindobal (em Belterra), situadas na margem direita do rio Tapajós, no Pará. A ação investigou uma floração de cianobactérias ocorrida em janeiro deste ano, quando uma densa massa verde foi identificada nessas praias, causando preocupação na população.

O estudo foi realizado no âmbito do projeto Águas do Tapajós - Fase II, coordenado pela pesquisadora Dávia Talgatti, do Campus Oriximiná da Ufopa, e financiado pela organização não-governamental The Nature Conservancy (TNC). A análise da água coletada mostra que as florações foram formadas predominantemente por cianobactérias (filo Cyanobacteria) das ordens Chroococcales e Nostocales. Os parâmetros limnológicos analisados apresentaram variações dentro dos padrões esperados para o rio Tapajós, indicando condições relativamente estáveis de balneabilidade e preservação da fauna aquática das praias em que foram colhidas as amostras.

No entanto, a presença de florações de cianobactérias sinaliza alterações na qualidade da água, evidenciadas pelas concentrações de microcistinas detectadas e pela quantidade de indivíduos do grupo das cianobactérias. “Embora os valores observados estejam abaixo do limite recomendado para águas recreacionais segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), eles ultrapassam o limite estabelecido para consumo humano, indicando potenciais riscos à saúde das populações ribeirinhas que utilizam a água para consumo, banho e outras atividades domésticas”, destaca o relatório.

O estudo foi feito por professores, técnicos e alunos do Laboratório de Águas e Plantas da Amazônia (Lapam), situado no Campus Oriximiná, e do Laboratório de Estudos de Impactos Ambientais (Leia), situado no Campus Santarém, ambos da Ufopa. “Os dados discutidos no relatório técnico estão diretamente relacionados à ocorrência de uma floração de cianobactérias registrada no dia 6 de janeiro de 2025, um evento de grande relevância para a qualidade da água na região”, afirma o técnico do Leia, Fernando Abreu Oliveira.

A pesquisa buscou compreender a extensão e os impactos dessa floração, avaliando a presença de toxinas associadas e seus possíveis efeitos ambientais e à saúde pública. Além disso, o relatório destaca a importância do monitoramento contínuo e sugere medidas para a mitigação dos riscos decorrentes desse fenômeno.

“Os resultados obtidos oferecem informações essenciais para o desenvolvimento de estratégias de gestão ambiental, prevenção da contaminação e mitigação dos impactos associados à proliferação de cianobactérias. Assim, esse estudo busca contribuir diretamente para a formulação de políticas de conservação e para a segurança hídrica das comunidades locais e visitantes do rio Tapajós”, explica Mayerly Alexandra Guerrero Moreno, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento (PPGSND) da Ufopa.

Confira:

Ascom/Ufopa
10/03/2025, atualizado em 13/03/2025

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