Ultima atualização em 13 de Junho de 2019 às 08:34
A disposição da Mineração Rio do Norte (MRN) em apoiar iniciativas de desenvolvimento sustentável em Oriximiná, motivou a elaboração de um convênio tripartite de cooperação técnica proposto pela Universidade Federal do Pará (UFPA), onde lhe coube como contrapartida à construção do Núcleo Universitário de Oriximiná (NOR). A Prefeitura de Oriximiná contribuiu nesta parceria com o apoio logístico e a contratação dos Cursos de Graduação ali ofertados desde sua inauguração em 18 de junho de 2005, vide foto à esquerda. Finalmente, a Fundação de Amparo à Pesquisa (FADESP), com sua larga experiência em administração de projetos institucionais, deu importante contribuição para o êxito dessa parceria como instituição interveniente.
Antes mesmo da inauguração do NOR, os cursos de Licenciatura em Ciências Naturais e Pedagogia da UFPA, avançavam em seu segundo ano de atividades, denotando o esforço antecipado da administração da UFPA em ofertar cursos de graduação na modalidade intervalar (intervalo letivo) direcionados à formação de professores leigos que já atuavam na rede de ensino de Oriximiná.
A estes se somaram Licenciatura e Bacharelado em História e Licenciatura em Matemática, e de repente, estavam todos brigando por sala, pois as três únicas destinadas às aulas teóricas já estavam tomadas. Um começo motivador! A Universidade cheia de Oriximinaenses, Obidenses e Jurutienses, agora mais realizados, pois, podiam vestir a camisa dos primeiros universitários do NOR.
Por conseguinte, a PMO entrou no ritmo da parceria garantindo o mobiliário do Campus, sua manutenção e operacionalização, além de contratar a oferta para oito novas turmas de sete diferentes formações superiores: Pedagogia (1); Ciências (1); Matemática (1); História (2), Geografia (1); Biologia (1); Música (1). Como contrapartida da modalidade de ensino à distância (EAD-UAB) ofertado pela UFPA a PMO apoiou mais seis turmas: Biologia (2), Matemática (2), Química (1) e Administração em Gestão Pública (1), ao longo de oito anos. Um demonstrativo do investimento inicial é apresentado no Gráfico.
A construção do Núcleo atraiu a oferta de outras modalidades de ensino superior, como o ensino à distância, por exemplo. Assim, a UFPA pôde praticamente dobrar a oferta de turmas, incluindo novos cursos, com o apoio do Ministério da Educação, sem praticamente nenhum ônus para o Munícipio. No gráfico abaixo se observa a evolução da frequência de alunos no NOR desde sua inauguração. Em 2009 o NOR alcançou seu pico de formação, reflexo da alimentação contínua da oferta de turmas pela UFPA. A diminuição progressiva dessa formação resultou da ausência total de oferta de Cursos em detrimento de ter o NOR sido encampado pela Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), criada pela Lei 12.085 de 5 de novembro de 2009 (“por desmembramento da Universidade Federal do Pará - UFPA e da Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA”), apesar de sua configuração multicampi, e do NOR reunir plenas condições de atender a oferta de até quatro cursos regulares e o mesmo número de cursos à distância. Esta diminuição causou um descompasso no processo de transição entre estas duas instituições federais de ensino superior (IFES) em Oriximiná.
As promessas começaram em 2007, no ato de inauguração, quando o Magnífico Reitor da UFPA, Prof. Dr. Alex Bologna Fiuza de Melo, garantiu a disponibilidade de vagas para docentes e funcionários suficientes à implantação do seu primeiro Curso: Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas: Ênfase em Conservação de Águas Interiores (BAI), Curso este planejado prioritariamente para atender demandas de desenvolvimento regional. Depois, veio o projeto UFOPA, e o NOR ficou a espera da realização desse compromisso.
Acreditando na seriedade dos gestores, a MRN (2009 a 2010), atendeu as solicitações de ampliação do NOR, feitas por seu Diretor, Prof. Dr. Domingos Luiz Wanderley Picanço Diniz. Construiu duas salas de aulas e um biotério, este último especialmente desenhado para as condições climáticas locais com o objetivo de servir à criação de pequenos roedores destinados às práticas de pesquisa e ensino do BAI (foto à esquerda).
Uma vez construído o Biotério, havia a necessidade de equipá-lo para que pudesse funcionar em acordo com a legislação federal que rege a criação de animais de experimentação. A administração da UFOPA justificou que cabia a UFPA sua instalação argumentando o compromisso firmado por convênio com a PMO e a MRN. Novamente a UFPA honrou com seu compromisso, adquirindo o material permanente mínimo necessário ao seu funcionamento. Hoje a administração da UFOPA determinou seu status como Biotério Central.
Fonte: Relatório de Gestão do Campus Universitário de Oriximiná-2005 a 2013; “Universidade Pública: A experiência inovadora de Oriximiná”. Domingos Luiz Wanderley Picanço Diniz e Siany Liberal