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Ultima atualização em 4 de Maio de 2018 às 11:00

Produtores discutem desafios do audiovisual no Oeste do Pará


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O I Encontro de Audiovisual do Oeste do Pará, promovido pelo Núcleo de Produção Digital do Tapajós, foi marcado por debates sobre demandas, meios, oportunidades e potenciais do audiovisual na região. O evento ocorreu nos dias 26 e 27 de abril de 2018 no Auditório Wilson Fonseca da Universidade Federal do Oeste do Pará e contou com a parceria da Universidade Federal do Pará (UFPA), Secretaria Municipal de Cultura, Faculdade Unama e Sesc Santarém.

Na cerimônia de abertura, o pró-reitor da Cultura, Comunidade e Extensão Marcos Prado declarou: “Hoje é um dia especial, que marca o lançamento do Núcleo de Produção Digital do Tapajós. […] O objetivo é de proporcionar a inclusão social e a democratização na formação e difusão do audiovisual, trazendo conhecimento técnico e incentivando a profissionalização dos interessados nessa área”.

Para o reitor Hugo Diniz, “o NPD é um exemplo bem claro de que, para nós alcançarmos o nosso objetivo, nós precisamos definitivamente dessa articulação com vários atores importantes nesse processo da produção cultural na nossa região”. 

Produção brasileira feita na região - Na palestra de abertura “Tendências e Desafios do Audiovisual na Região Amazônica”, a coordenadora do curso de Cinema e Audiovisual da UFPA, Angela Gomes, fez um panorama histórico da legislação nacional do audiovisual, destacando o papel regulador do estado.

Apesar de estar diante de várias oportunidades, como o acesso mais facilitado às tecnologias, a existência de um público ávido por produtos audiovisuais e a demanda de vídeos “multitela”, a professora reforçou que a participação da região Norte ainda é tímida no mercado brasileiro.

“Hoje temos uma política pública setorial mais definida do que em outros momentos e mais oportunidades de produzir com as diversas formas de financiamento. […] O desafio é que essa política pública consiga alcançar a região de fato e que os produtores consigam alcançar esse recurso”, afirmou.

Para obter uma “produção audiovisual brasileira feita na região”, Gomes aposta na formação: “Temos que nos apropriar dessas informações, o que envolve capacitação e articulação do setor e de todos os agentes envolvidos na cadeia produtiva”.

A proposta do NPD no Oeste do Pará – Na mesa redonda “O panorama do audiovisual em Santarém”, a diretora de Cultura Estefany Couto apresentou o NPD Tapajós, resultado do acordo firmado em 2017 entre a Ufopa e o Ministério da Cultura para promover a cultura audiovisual na região.

Parte de uma rede nacional, o NPD funciona localmente com um Comitê Gestor, formado por organizações públicas e privadas e coordenado pela Pró-Reitoria da Cultura, Comunidade e Extensão (Procce) da Ufopa. A estrutura, ainda em fase de implantação, já conta com equipamentos de produção digital de alto desempenho, como câmeras profissionais, equipamentos de som e iluminação e ilhas de edição.

“O nosso encontro é para reunir produtores, interesses, projetos, parceiros para que nós comecemos a desenvolver as ações do NPD”, afirmou Estefany. De acordo com a diretora, em 2018 o NPD pretende ainda realizar cursos de capacitação, lançamento de editais para produção audiovisual e um festival de cinema.

Também participaram da mesa redonda a professora Angela Gomes, o cineasta santareno Emanoel Loureiro, a fotógrafa Tamara Saré (Coletivo Periscópio) e o educomunicador Fábio Pena (Projeto Saúde e Alegria).

Exibição de filmes – O segundo dia de evento foi dedicado à mostra dos curtas “Atrás de Você” e “Sentinelas” de Andrei Ferreira da Silva, “Ciclovia” e “Rede Social” de Palestina Israel, além dos documentários “A Margem”, “Fazendo o Pirão” e “Relatos Marcantes”, de Carlos Bandeira Jr.

Em seguida, houve o lançamento do curta-metragem “Covato – Desenterre seus Segredos”, de Emanoel Loureiro. Fruto de dez anos de dedicação, a obra se passa em 1977 na cidade de Santarém com a história do coveiro – e necrófilo - Antonio das Chagas e traz à tona antigos costumes do sistema penal brasileiro.

O documentário “Piripkura”, de Mariana Oliva, Renata Terra e Bruno Jorge, foi o centro do debate conduzido pelo professor de jornalismo do Iespes Paulo Lima e pelas professoras Denize Carneiro e Paula Colares, da Formação Básica Indígena da Ufopa. Vivendo em um pequeno pedaço de floresta cercado pela exploração madeireira, indígenas remanescentes da etnia Piripkura mostram suas estratégias de defesa e sobrevivência.

O Cine Mais Cultura em parceria com o Sesc Santarém finalizou a noite com a exibição do filme aclamado pela crítica “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho.

Luena Barros – Procce/Ufopa

2/5/2018