Ultima atualização em 1 de Julho de 2022 às 16:43
1 de Julho de 2022 às 09:29
As mãos estão constantemente expostas e vulneráveis aos riscos do trabalho. Consequência desse fato são os frequentes acidentes envolvendo as mãos. Assim, torna-se necessário o uso de luvas de proteção pelo trabalhador cujas mãos estão expostas a perigos como cortes, perfurações, queimaduras, dentre outros.
No mercado há uma grande variedade de luvas. Cada uma com diferentes propriedades e materiais constituintes. Por esse motivo, este conteúdo se limitará às luvas destinadas à proteção química.
As atividades laboratoriais, com a manipulação de reagentes, como o uso de ácidos, solventes dentre outros, são capazes de causar danos à pele como dermatites, alergias de contato e até queimaduras.
Ressalta-se que dentre as luvas disponíveis no mercado, não há material resistente a todos os tipos de exposição. Logo, uma marca pode resistir a terebentina, mas poderá não resistir ao xileno, como pode ocorrer o inverso.
Outro fato importante é de que algumas luvas, apesar da grande resistência a um determinado líquido, podem permitir a passagem da substância no estado de vapor. Sendo a penetração por vapores mais difícil de ser detectada e a luva pode continuar mantendo suas características aparentes.
As luvas de látex descartáveis têm resistência limitada a maioria dos produtos químicos perigosos usados em laboratórios. Desta forma, não devem ser utilizadas em operações onde a contaminação química é prevista. As luvas mais resistentes incluem borracha natural, neoprene, nitrílicas, butílicas, Viton e cloreto de polivinila.
Salienta-se que, em atividades onde exista o risco do contato com produtos químicos associados a outro perigo (fogo, fagulhas, partes aquecidas, cortes, perfuração), deve ser considerada a necessidade de proteção simultânea. Se essa for sua realidade, consulte a equipe de vigilância em segurança da Coordenação de Vigilância em Saúde do Servidor pelo e-mail cvss@ufopa.edu.br.
Abaixo segue tabela com indicações gerais acerca da resistência das luvas de acordo com o material de constituição. Todavia, é importante levar em consideração que a resistência da luva depende de vários fatores como: tempo de exposição, concentração do produto químico, temperatura e espessura da luva.
Luva |
Produto |
Borracha natural |
Ácidos, álcalis diluídos, álcoois, sais e cetonas. |
Borracha butílica |
Ácidos, álcalis diluídos, álcoois, cetonas, ésteres (tem a maior resistência avaliada contra a permeação de gases e vapores aquosos). |
Cloreto de polivinila |
Ácidos, álcalis, gorduras, álcoois.
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Neoprene |
Solventes clorados, álcool, álcalis, derivados do petróleo. |
Nitrílicas |
Solventes clorados, álcool, álcalis diluídos, derivados do petróleo (geralmente tem maior resistência que a borracha natural e neoprene), óleos, graxas e aminoácidos.
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Viton* |
Solventes, BPC, anilina (o melhor polímero para proteção contra solventes). |
*marca registrada da Companhia DuPont, Wilmington Delaware.
Outro meio para obter informações sobre nível de resistência a reagentes químicos é consultando as informações do Certificado de Aprovação (C.A.) da luva que se pretende utilizar. Para tanto, anote o número do C.A. da luva e consulte o número no portal da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) (http://caepi.mte.gov.br/internet/ConsultaCAInternet.aspx), onde obterá as informações para qual proteção se destina e quais os níveis de proteção consegue atender de acordo com os resultados dos testes aplicados. Se você observar que ela não oferece proteção para o reagente que trabalharia, deve buscar a luva adequada (ver recomendações da tabela).
Não esquecendo que as luvas de proteção química são, na maioria, reutilizáveis. Necessitando-se manter cuidados para o uso adequado, guarda e conservação. Para isso, o fabricante presta informações descritas nas embalagens desses equipamentos. Mas, de maneira geral, as luvas devem ser higienizadas após seu uso, guardadas quando estiverem secas, em local limpo e seco, protegidas do sol e, identificada para que só você a utilize. Também deve ser inspecionada toda vez que for utilizada. Caso apresente deformações, furos ou rasgos, a mesma deve ser descartada.
Para baixar o encarte em tamanho real, basta acessar a seção Publicações na aba Saúde do site ou clicando na imagem abaixo!
REFERÊNCIAS:
MINISTÉRIO DA SAÚDE - Fundação Oswaldo Cruz. Laboratório virtual – Luvas. Disponível em: <www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/luvas.html>.
REVISTA PROTEÇÃO. Manual para seleção de EPI – Luvas de segurança. Disponível em: <https://protecao.com.br/destaques-da-revista-protecao/manual-para-selecao-de-epi-luvas-de-seguranca/>.
DSQV/Ufopa
01/07/2022