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Ultima atualização em 15 de Julho de 2024 às 09:31

Protocolo para Acidente com Materiais Perfurocortantes

15 de Julho de 2024 às 09:32

Considerando que no ambiente institucional há riscos de acidentes com materiais perfurocortantes, e diante da possibilidade de haver exposição a material biológico, com risco de transmissão do HIV, hepatite B e C, elabora-se esse fluxo de orientação para que em casos de acidentes dessa natureza, conheça-se as recomendações, quanto ao protocolo do Ministério da Saúde (2024), referente a:

PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO (PEP) DE RISCO À INFECÇÃO PELO HIV E HEPATITES VIRAIS (HEPATITE B/HEPATITE C)

Primeiros cuidados no atendimento à pessoa exposta à material biológico, com risco de infecção pelo HIV e hepatites virais.

Lavagem exaustiva do local exposto, com água e sabão;
Nas exposições envolvendo mucosas (olhos, boca e nariz), deve-se lavar exaustivamente com água ou com solução salina fisiológica.

 

 Tipos de materiais biológicos, com ou sem risco para a transmissão do HIV:

Exposição COM RISCO DE TRANSMISSÃO DO HIV
Sangue
Sêmen
Fluidos vaginais
Líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico)
Líquido amniótico
Líquor
Líquido articular
Leite materno

 

Exposição SEM RISCO DE TRANSMISSÃO DO HIV
Suor
Lágrima
Fezes
Urina
Vômitos
Saliva
Secreções nasais

 

Tipos de exposição ocupacional, com risco para a transmissão do HIV:

  • Percutânea – exemplos: lesões causadas por agulhas ou outros instrumentos perfurantes e ou cortantes.

  • Membranas mucosas – exemplos: respingos em olhos, nariz e boca, de material biológico com potencial de transmissão de agente infeccioso;

  • Cutâneas envolvendo pele não íntegra – exemplos: presença de dermatite ou feridas abertas.

  • Mordeduras com presença de sangue – Nesse tipo de situação, os riscos devem ser avaliados tanto para a pessoa que sofreu a lesão, quanto para aquela que a provocou.

É importante que a Diretoria de Saúde e Qualidade de Vida (DSQV) seja comunicada sobre a ocorrência do acidente, pois a equipe de segurança e saúde no trabalho investe esforços para que esse tipo de acidente não volte a acontecer, com outras pessoas, no âmbito institucional. O primeiro atendimento após a exposição ao HIV é uma urgência, sendo que a profilaxia pós-exposição deve ser iniciada o mais precocemente possível, tendo como limite as 72h subsequentes à exposição. A pessoa exposta (servidor, estudante, e ou trabalhador terceirizado) deve se dirigir a unidade de saúde mais próxima, pois o acesso à  profilaxia pós-exposição, por meio de sua efetiva prescrição, está previsto para unidades básicas de saúde, onde já se pode solicitar testagem rápida para HIV, hepatite B e C, para se investigar possíveis infecções prévias na pessoa exposta, e a partir daí, seguir o fluxo de atendimento, conforme protocolo do Ministério da Saúde, e  orientações dos profissionais de saúde envolvidos com o primeiro atendimento.
Observação: O acesso à profilaxia pós-exposição pode estar disponível também em serviços de urgência/emergência, clínicas e hospitais da rede pública e privada, além de Centros de Testagem e Aconselhamento. A profilaxia de pós-exposição é acompanhada por exames de avaliação inicial e de seguimento.
O Centro de Testagem e Aconselhamento -CTA, realiza a investigação quanto a real necessidade de iniciar a profilaxia. O CTA, em Santarém-PA, localiza-se na Av. Barão do Rio Branco, nº 860, Santa Clara.

 

Fluxograma para indicação de PEP ao HIV

PEP: Profilaxia pós-exposição, que consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir infecções, após potencial exposição de risco, como é o caso de acidentes de trabalho, com perfurocortantes, por exemplo.

 

* PEP poderá ser indicada se a pessoa-fonte tiver exposição de risco nos últimos 30 dias, devido à janela imunológica.

Fonte: TelessaúdeRS-UFRGS (2021), adaptado de Ministério da Saúde (2021) [2]

 

PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO (PEP) DE RISCO À INFECÇÃO PELAS HEPATITES VIRAIS – HEPATITE B/HEPATITE C.

A transmissão dessas hepatites, no contexto ocupacional, pode ocorrer por:

Solução de continuidade (pele não íntegra e mucosas), associado ao contato com fluidos corporais com potencial de transmissão do HIV;
Via parenteral (acidentes perfurocortantes com agulhas, seringas, ou lâminas, por exemplo, que foram expostas a materiais biológicos, com potencial de transmissão do HIV, no contexto de não atendimento às normas de biossegurança).

Com ênfase na possibilidade de transmissão por via parenteral, no âmbito da Instituição, destaca-se que os líquidos orgânicos, como o sangue, podem conter esses vírus, portanto, trabalhar com esse tipo de material, para fins de estudo e pesquisa, representa uma importante fonte de infecção.

Em relação ao risco de exposição às hepatites virais, (hepatites B e C), também se recomenda realizar testagem para as hepatites, tanto na pessoa exposta, como na pessoa-fonte (quando presente), portanto, devem se dirigir a uma unidade de saúde, para que se faça a investigação quanto a real necessidade de iniciar a profilaxia, com imunoglobulina hiperimune contra hepatite B, sendo recomendada, preferencialmente, para ser utilizada nas primeiras 48h a contar da exposição.

Recomenda-se vacinar toda pessoa susceptível a hepatite B. Pessoa susceptível é aquela que não foi vacinada, ou sem conhecimento de vacinação prévia, ou que foi vacinada, mas apresenta títulos de anti-Hbs inferiores a 10 mUI/ml e HbsAg não reagente, independentemente da idade. A vacina para prevenção da hepatite B é disponibilizada gratuitamente pelo SUS, e pode ser encontrada na unidade de saúde mais próxima de sua residência.

Destaca-se que a PREVENÇÃO, do HIV e hepatites virais, requer atitudes e práticas seguras, portanto, chama-se atenção quanto a importância da observância das normas de biossegurança, em situações de ensino-aprendizagem na Universidade, em que são manipulados instrumentos perfurocortantes.

 

Referência

BRASIL, Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas: profilaxia pós-exposição (PEP) de risco à infecção pelo HIV, IST, e hepatites virais. Relatório de Recomendação, protocolo e direterizes. Brasília, DF, 2024. Disponível em: <https://www.gov.br/aids/pt-br/central-de-conteudo/pcdts/2021/hiv-aids/prot_clinico_diretrizes_terap_pep_-risco_infeccao_hiv_ist_hv_2021.pdf/view>. Acesso em: 03 de julho de 2024>.