Ultima atualização em 1 de Outubro de 2024 às 12:23
Evento sediado na universidade encerra primeira etapa do processo de debates
A Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) sediou nesta segunda-feira, 30 de setembro, a vigésima reunião de lideranças indígenas realizadas em diversos estados do Brasil para debater a criação da primeira Universidade Federal Intercultural Indígena (UnIND), uma reivindicação do movimento indígena apresentada ao Ministério da Educação (MEC) em 2023 durante o VI Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena. Em Santarém, os debates reuniram cerca de duzentos indígenas do Baixo, Médio e Alto Tapajós no auditório da Unidade Rondon, durante todo o dia.
Santarém sediou a segunda plenária realizada no Pará – a primeira ocorreu em Belém – com o objetivo de ouvir das lideranças indígenas as suas aspirações para a UnIND. A representante da Comissão Nacional de Educação Escolar Indígena (CNEI), Josilene da Silva Nunes, estudante da Universidade Federal do Pará (UFPA), é uma das pessoas à frente da organização dessas plenárias: “A partir de agora, serão reunidas todas as informações que foram debatidas, em um relatório para levar para o MEC".
O diretor do Instituto de Formação Interdisciplinar e Intercultural (IFII) da Ufopa, Raimundo Valdomiro de Sousa, participou da plenária como missão recebida da Reitoria para apoiar os debates. Ele explicou sobre o papel atual da Ufopa na formação de indígenas: “A Ufopa destina a cada ano duas vagas em cada curso para indígenas, por meio do Processo Seletivo Especial. Além disso, no nosso instituto estamos trabalhando na criação da Licenciatura Intercultural Indígena, que será destinada aos povos indígenas”. Acrescentou ainda que a Reitoria pôs a Ufopa “à disposição” para ajudar na organização dessa universidade.
O diretor regional da Funai do Tapajós, com sede em Itaituba, Hans Kaba Munduruku, falou da importância da criação da UnIND: “Estamos aqui debatendo para que todos os conhecimentos indígenas, principalmente dos mais velhos, sejam trabalhados dentro da universidade. Por outro lado, essa universidade não deve excluir nenhuma etnia, pois é para a formação dos cidadãos”.
A Universidade Federal Intercultural Indígena será pública, gratuita e referenciada na interculturalidade e intercientificidade indígena, entendida como a construção de um amplo diálogo entre os diferentes povos indígenas e entre estes e as sociedades não indígenas com as quais se encontram em interação.
Ao final dos debates será apresentado ao MEC um relatório com os resultados das propostas apresentadas pelos indígenas.
Comunicação/Ufopa
01/10/2024
