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Universidade Federal do Oeste do Pará

Ultima atualização em 3 de Julho de 2018 às 18:18

1º Encontro de Bioinformática foi marcado pelo nível elevado de participação


Com mais de 140 inscritos, a  Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), realizou na segunda-feira, 2, o 1º Encontro de Bioinformática na Genômica e na Biodiversidade (1stMeeting - Bioinformatics in Genomics and Biodiversity).

O evento, que teve como objetivo disseminar e estimular a discussão da bioinformática e suas distintas áreas de aplicação aos discentes de graduação, pós-graduação e pesquisadores da região Norte, deixou os participantes muito animados com o crescimento da área e as oportunidades existentes para atual e futura atuação no mercado de trabalho.     

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O reitor da Ufopa, Hugo Alex Diniz disse que tem desafiado os gestores da Universidade, principalmente os mais ligados à pesquisa e extensão, a definir áreas estratégicas para que a Ufopa possa priorizar aquilo que é sua vocação “e a bioinformática está entre as áreas fundamentais e que merece uma atenção especial”.

Disse ainda que “não dá mais para pulverizar os recursos de maneira uniforme. Isso não faz com que os grupos que estão emergindo alcancem algum patamar mais elevado, nem que os que estão consolidados avancem para além de onde já estão. A Universidade precisa ousar. A visão que coloco é não priorizar grupos, mas priorizar aquilo que é vocação da Ufopa e aquilo que temos enxergado como modelo de desenvolvimento regional. E a Ufopa, no coração da Amazônia, tem como principais vocações estudar a biodiversidade e tudo que está relacionado a isso. Vejo algumas universidades se estabelecerem com este modelo, que é votado para modulares computacionais. Temos um corpo de docentes espalhados nos institutos e nas mais diversas formações que pode contribuir a estabelecer um polo de desenvolvimento computacional na Amazônia”, enfatizou o reitor.

Ele lembrou da retomada de parcerias com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e Universidade do Estado do Amazônas (UEA) para consolidação de convênios. “Temos uma agenda em 2018 para essas conexões e consolidar isso num futuro. Temos vários convênios cujos trabalhos não estão ativos e vamos sinalizar para que esses convênios voltem a ser efetivados. Queremos investir e essas são áreas estratégicas”.

A diretora de Pós-Graduação, Lenise Vargas Flores da Silva, ressaltou a importância do evento para reunir diversas áreas. “Esse momento é extremamente interessante e marca a integração de áreas. O próprio nome traduz isso: bioinformática. Achei interessante propor este evento na Ufopa. Com ele, você integra áreas que muitas vezes não são tão visualizadas, não são tão entendidas. Este é um desafio em que podemos elevar suas importâncias em determinados contextos. Estudantes que estão aqui são privilegiados com a riqueza de conhecimento dos convidados estrangeiros, e brasileiros também”.  

Palestras – A primeira palestra do encontro foi a do Prof. Dr. Sandro José de Souza, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Ele abordou o tema: “A Era da Bioinformática”. A exposição empolgou os participantes, especialmente quando falou da expansão acelerada do mercado de trabalho e as facilidades que antes não existiam.

Doutor em bioquímica pela Universidade de São Paulo, o professor Sandro assegurou que “toda parte da tecnologia da informação se desenvolveu muito fortemente. Hoje se faz um projeto de bioinformática com o próprio laptop. Antes, para montar meu laboratório de bioinformática eu tive um auxílio da Fapesp de 500 mil dólares. A maioria dos meus alunos, atualmente, faz seus projetos com próprio laptop. Tenho uma palestra com o título “Integrando e Entregando”, e fala justamente da estratégia de integração sofisticada, e existe um espaço enorme para o profissional da área de informática. É muito mais fácil um profissional da Ciências da Computação aprender a Biologia e fazer Bioinformática, do que o biólogo aprender Ciências da Computação e fazer Bioinformática”.

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O professor Sandro também estimulou os participantes a buscarem oportunidades e ter preparo para atuarem no mercado, porque “as empresas e grupos precisam fortemente da bioinformática. Por isso a necessidade de entregar produtos e processos para fomentar a cadeia produtiva. E vocês estão privilegiados por estarem próximos da UFPA, que tem tudo (infraestrutura moderna) para contribuir com esse desenvolvimento. Fiquei feliz com as palavras do reitor Hugo Diniz, por achar que escolheu bem a área para receber incentivo e se desenvolver”.   

Domínio do inglês – A segunda palestra do evento foi ministrada pelo Prof. Dr. Takashi Gojobori, da Universidade de Ciência e Tecnologia Rei Abdullah. A palestra foi proferida totalmente na língua inglesa, sob o tema “Metagenomics for bio-prospecting”, e levou quem dominava a língua a interagir e explorar mais profundamente o assunto. Quem não dominava o inglês conseguiu refletir sobre a importância de aprender uma das línguas mais usadas na área de informática.

Atualmente, o professor Takashi é associado à Universidade de Ciência e Tecnologia Rei Abdullah, da Arábia Saudita. É biólogo molecular e foi vice-diretor do instituto Nacional de Genética e professor do Banco Japonês de DNA, além de ter ocupado outros cargos de grande notoriedade.

O Prof. Dr. Manyuan Long, da Universidade de Chicago, ministrou a terceira palestra, “New gene duplicates evolved diverged essential functions in gametogenesis in 200 thousand years despite sexual conflict”, que tratou das novas duplicações gênicas e suas evoluções, que divergem funções essenciais na gametogênese (processo por meio do qual se formam os gametas) em 200 mil anos, apesar do conflito sexual.

Para encerrar, a quarta palestra foi do Prof. Dr. Sidney Emanuel Batista dos Santos, cujo tema foi “O Genoma do Gigante da Amazônia: Pirarucu”. Ele é formado em Ciências Biológicas pela UFPA e doutor em Biologia Genética pela Universidade de São Paulo.

Olhar acadêmico – Para a estudante Cássia Albuquerque, do 10º semestre do curso de Licenciatura Integrada em Biologia e Química da Ufopa, o encontro representou muito para o acúmulo de aprendizado.

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“O evento foi muito importante, por falar sobre pesquisa na Amazônia e preparar os alunos para os desafios. Os cursos de bacharelado em tecnologia estão aí para isso. É a primeira vez que participo de eventos desse tipo. Alunos que fazem parte de áreas afins como biotecnologia, tecnologia, estão com as ferramentas essenciais e precisam conhecer qual a importância disso no mundo. Consegui, nesse encontro, visualizar grandes oportunidades. É uma área que está desenvolvendo-se na Ufopa. Temos laboratório em funcionamento nessa linha e precisamos desenvolver mais ainda. As pesquisas estão começando a aparecer e os alunos estão entrando nessa linha, e com certeza profissionais dessa área estão saindo mais preparados para atuar no mercado de trabalho”.

Albanira Coelho - Comunicação/Ufopa

3/7/2018        

 

          

Fotos: Albanira Coelho

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