Ultima atualização em 5 de Junho de 2018 às 15:18
No dia mundial do meio ambiente, o Grupo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Educação Ambiental (Gepeea) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) motivou a comunidade acadêmica a refletir sobre os impactos causados pelos resíduos sólidos na natureza.
A programação especial que marca este 5 de junho começou ontem com uma cerimônia de abertura no auditório Wilson Fonseca, na Unidade Rondon, tendo como destaque o uso da língua mundurucu no cerimonial.
Nesta terça-feira, pela manhã, o professor Israel Nunes, do Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas, proferiu a palestra “Resíduos sólidos e os impactos ambientais”, no auditório Wilson Fonseca, falando para professores e acadêmicos sobre este que se configura como um dos grandes desafios ambientais no planeta. De acordo com dados a que o professor teve acesso - do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento -, diariamente são produzidos de um a dois quilos de resíduos sólidos por habitante no país. Atualmente, a população brasileira ultrapassa a casa dos 200 milhões de habitantes.
Resíduo sólido é todo material gerado pelas populações urbana e rural, no sistema de trabalho e consumo, provenientes de residências, indústrias, hospitais, comércios, serviços de limpeza urbana ou agricultura. Pode ser classificado em lixo comum ou domiciliar, público e especiais.
De acordo com o professor Israel, “esses resíduos precisam de um destino adequado quando é considerado como um rejeito para o meio ambiente e para a saúde humana”. Em algumas situações, esses resíduos precisam ser adaptados para o processo de tratamento, ou podem passar por coleta seletiva e ser aproveitados em processo de reciclagem e reutilização, e também em processo de aproveitamento em ganho energético, quando se tem a produção de biogás e sistemas de compostagem.
Destacando um dos principais impactos negativos dos resíduos sólidos, professor Israel falou sobre a colocação desse material no ambiente, como no caso dos lixões existentes no país, que são considerados como grandes poluidores. Segundo ele, “a política nacional já prevê que esses lixões deveriam ter sido extintos em 2014. Com a presença deles, existe a preocupação ambiental por conta da produção de chorumes e consequente proliferação de vetores como ratos e insetos. Ainda há o problema sério com a infiltração do solo pelo material, que afeta tanto o solo como a água, pelo lençol freático. E a proliferação de gases que contribuem para a poluição atmosférica”.
Uma das falas do professor Israel na palestra foi sobre formas de reduzir o problema com os resíduos sólidos. Segundo ele, o que se defende é a “não geração ou evitar ao máximo a geração de resíduos”, o que precisa ser trabalhado em um processo educativo de toda a população.
Com relação à Educação Ambiental, a professora Mirtes Cortinhas, coordenadora do Gepeea, enfatizou sua importância no processo de cuidado com o meio ambiente, que é o caminho de “educar o cidadão e a sociedade como um todo, porque é preciso mudança de comportamento. A educação ambiental precisa de sensibilidade, conscientização e atitude coerente com o que a natureza oferece para nossa sobrevivência”.
No período da tarde, a programação do Gepeea continua com a mesa-redonda “Acúmulo e desperdício de resíduos sólidos: o que fazer? Qual o papel da Educação Ambiental neste processo?”, às 14h30, e uma roda de conversa sobre resíduos sólidos e o papel da educação ambiental, às 16h, na Unidade Rondon.
Rosa Rodrigues - Comunicação/Ufopa
5/6/2018
