Ultima atualização em 22 de Agosto de 2018 às 15:32
A professora e ativista Zélia Amador de Deus proferiu a conferência de abertura da VII Jornada Acadêmica da ocorrida na noite desta segunda-feira, 20 de agosto, no auditório da Unidade Tapajós. O reitor da Ufopa, Hugo Alex Diniz, a pró-reitora de Ensino de Graduação (Proen), Solange Ximenes, o pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação Tecnológica (Proppit), Domingos Diniz, e o pró-reitor da Cultura, Comunidade e Extensão (Procce), Marcos Prado, fizeram parte da mesa oficial de abertura. Apresentações culturais de integrantes dos campi de Alenquer e Óbidos encerraram a programação, que contou com a participação massiva de alunos e professores. Para 2018 a Ufopa elegeu como tema da VII Jornada Acadêmica a “Universidade Multicampi na Amazônia: Pluralismo, Inclusão e Meio Ambiente”.
Durante pouco mais de uma hora, Zélia Amador de Deus falou para uma platéia atenta sobre “Diversidade de Direitos Humanos na Universidade Federal do Oeste do Pará: a condição Humana”.
Para ela, as universidades federais brasileiras estão ficando de “cara nova”. Estão recebendo grupos que historicamente eram excluídos. “Temos que insistir para que esses grupos convivam, tenham espaço, enfim, que criem epistemologias novas e ampliem o conhecimento”. Ela chama atenção ainda para a presença “muito forte” do racismo dentro das universidades. “Ele é um dos impedimentos, e isso nós temos que debater sempre, e sempre insistir na perspectiva das políticas de ações afirmativas, sob a ótica dos direitos humanos”.
Mesa oficial de abertura – Momentos antes da palestra, integrantes da Reitoria fizeram parte da mesa oficial de abertura. A pró-reitora da Proen, Solange Ximenes, chamou a atenção para os números da VII Jornada, que recebeu 2.037 inscritos. “Este ano, tivemos um número significativo de trabalhos apresentados ao longo da VII Jornada. Isso denota o envolvimento de toda a comunidade na produção e socialização de conhecimentos na nossa instituição”. Ximenes ressaltou também outros números: “Foram 377 resumos aprovados para o 6º Seminário de Graduação, 70 resumos para o 6º Salão de Extensão e mais de 170 resumos no 8º Seminário de Iniciação Científica”. A VII Jornada vai ofertar ainda 40 minicursos e oficinas em diversas áreas de conhecimento.
O reitor Hugo Alex Dinix deu as boas-vindas a todos os participantes da VII Jornada Acadêmica da Ufopa e ressaltou a importância para a região da universidade multicampi. “Este evento é mais um passo nessa construção da universidade multicampi. É muito importante destacar, nesta noite, que esta universidade multicampi, a Ufopa, cravada em 7 municípios no interior da Amazônia, e com ações em tantos outros municípios da região, é uma universidade em construção. Estamos dando mais um passo nessa direção”. A vice-reitora, Aldenize Xavier, também esteve presente na solenidade de abertura que reuniu alunos, professores e técnicos da Ufopa de Santarém e de outros campi.
A diretora de Ensino, Honorly Kátia, acredita que inclusão e pluralismo são temas relevantes na universidade: "Quando falamos em inclusão e pluralismo, estamos falando de diversidade, não só ligada ao meio ambiente, mas também da sociobiodiversidade. Vivemos numa região multiétnica em que muitos grupos viveram por muitos anos excluídos, e agora esses grupos estão na universidade".
Momento Cultural Multicampi - Encerrando a programação houve o Momento Cultural Multicampi, que foi marcado pela apresentação da banda de música formada por alunos e servidores do campus de Alenquer. Além de contar um pouco da história do lugar onde a Ufopa mantém o curso regular de Administração, eles executaram duas composições do músico Gonzaga Blantez, um ilustre alenquerense que atualmente vive no estado do Amazonas e faz sucesso pelo Brasil a fora.
Outro espetáculo foi o realizado pelos alunos do curso de Pedagogia de Óbidos. Orientados pela professora Marilene Castro e observados de perto pela diretora do campus, Raimunda Costa, eles apresentaram o cordão Pauxiara Multicultural, levando para o palco figuras do folclore obidense, como o Mascarado Fobó, a Noiva do Museu, o Pajé, entre outros personagens.
Presente na solenidade de abertura da VII Jornada, a pró-reitora de Gestão de Pessoas (Progep), Fabriciana Guimarães, ressaltou que a interação entre alunos e servidores é importante para as relações institucionais, e destacou a programação cultural. “Agregar os diferentes municípios em torno da valorização da cultura reflete verdadeiramente a nossa universidade multicampi”, ratificou.
Sobre a palestrante - Licenciada em Língua Portuguesa, em 1974, pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Zélia Amador é reconhecida internacionalmente pela sua luta pelos direitos humanos. É cofundadora do Centro de Estudos de Defesa do Negro do Pará (CEDENPA), com sede em Belém (PA), e foi a primeira vice-reitora negra do Brasil. Assumiu o cargo no período de 1993 a 1997, na UFPA. Integrou o grupo interministerial de valorização da população negra, de 1996 a 2001. Também foi responsável por implantar e coordenar o programa de ações afirmativas do Ministério de Desenvolvimento Agrário, entre 2001 e 2003. Integra a Comissão Técnica Nacional de Diversidade para Assuntos Relacionados à Educação dos Afro-Brasileiros. Cofundadora do grupo de estudos Afro-Amazônicos da UFPA, em 2003, e ex-presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros. Em 2010, recebeu a comenda da Ordem do Rio Branco do Ministério das Relações Exteriores, a mais alta condecoração da diplomacia brasileira. Em 2018, recebeu a Medalha dos Direitos Humanos Paulo Frota, da Assembléia Legislativa do Pará, pela sua forte atuação em defesa dos direitos humanos da população negra do Pará. Atualmente é coordenadora da Assessoria de Diversidade e Inclusão Social da UFPA, além de atuar na docência.
Mais fotos da abertura da VII Jornada Acadêmica aqui no Flickr da Ufopa.
Comunicação/Ufopa
20/8/2018
