Ultima atualização em 17 de Maio de 2018 às 12:18
É possível juntar o agronegócio e a economia familiar rural? Essa é uma das questões abordadas pela IV Semana do Agronegócio e Economia Familiar Rural, promovida pelo time Enactus/Ufopa em parceria com a Pró-Reitoria da Comunidade, Cultura e Extensão (Procce), cujo objetivo é indicar possíveis alternativas para o desenvolvimento sustentável. Para o presidente da organização estudantil Enactus/ Ufopa, Ildson Tenório, o foco é na interdisciplinaridade e um dos vieses é o ambiental. “Vimos a necessidade de explorar o lado ambiental do agronegócio. Não apenas o aspecto negativo, mas outras possibilidades: de produções mais sustentáveis, de pequenas produções. Acreditamos nessa possibilidade”.
Com a presença do reitor da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Hugo Alex Diniz, e do pró-reitor Marcos Prado (Procce), o evento foi aberto na noite desta quarta-feira, 16, no auditório da unidade Tapajós, com a palestra do Prof. Dr. Ruy Bessa (ICTA), intitulada: “Impactos Ambientais Causados por Agrotóxicos na Agricultura”.
Diniz destacou o protagonismo dos alunos da Ufopa na condução do debate e a “conexão” da Universidade com temas relevantes da sociedade. “A Universidade precisa ser essa voz técnica, essa voz acadêmica incentivando e interferindo de maneira positiva na cadeia produtiva. Por outro lado, precisamos principalmente incentivar essas ações em que nossos alunos estão envolvidos”.
Para Bessa, a discussão do uso de defensivos na agricultura é relevante, principalmente no Brasil, que ainda usa produtos já banidos em alguns lugares do mundo. “Somos o maior mercado consumidor de agrotóxicos do mundo”. Ele destacou também que, apesar de “viabilizarem” a agricultura e a segurança alimentar, os agrotóxicos vem causando um “passivo ambiental gigantesco”. “Junto com esse passivo vem sendo evidenciado também um passivo de saúde pública. O número de doenças graves vem aumentando bastante no meio rural, em todos os lugares do Brasil. Estamos produzindo soja na terceira maior fronteira agrícola da Amazônia Brasileira; na Amazônia Central, somos a primeira”.
A universitária Ana Caroline Castro, do 5º semestre do Bacharelado Interdisciplinar (BI) de Ciência e Tecnologia das Águas (ICTA), destaca a importância do debate. “Quando a gente fala de agronegócio, sempre remete a algo ruim, nem sempre é assim. Temos várias práticas dento do agronegócio, onde também acredito que entre a questão da economia familiar rural, por isso acho importante trazer esse debate que afeta todo o escossistema para dentro da universidade”.
De acordo com os organizadores, há pelo menos 250 inscritos nos eventos na IV Semana do Agronegócio e Economia Familiar Rural, cuja programação segue até sexta-feira, 18, nas unidades Tapajós e Amazônia da Ufopa.
Comunicação/Ufopa
17/5/2018
