Ultima atualização em 12 de Setembro de 2019 às 17:05
Durante a manhã e a tarde de quarta-feira, 11 de setembro de 2019, foi realizado na Fazenda Experimental da Ufopa, o minicurso “Desperta para a Sintropia”, ministrado pelo geneticista e pesquisador Ernst Gotsch, criador do modelo de agricultura sintrópica. O evento também teve a participação do cientista Antônio Donato Nobre, agrônomo com mestrado em Biologia Tropical (Ecologia) e doutorado em "Earth System Sciences" (Biogeoquímica).
Na oportunidade, foram feitos relatos de experiência técnica a ser publicados em uma revista com Qualis, na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em área interdisciplinar. Foi, ainda, apresentado conhecimento técnico para que a agricultura sintrópica seja utilizada em projetos de extensão. A ideia é que seja feita a produção de uma cartilha de orientação técnica sobre Agricultura Sintrópica, como resultado do encontro na Ufopa.
O curso foi idealizado e organizado em parceria com o Projeto Saúde e Alegria e o Instituto Federal do Pará (IFPA). O objetivo foi apresentar, aos 70 participantes, conceitos teóricos e técnicas que viabilizam acesso às características fundamentais da agricultura sintrópica para diversos atores sociais da região.
O que a Agricultura Sintrópica? É constituída por um conjunto teórico e prático de um modelo de agricultura desenvolvida pelo agricultor e pesquisador russo Ernest Götsch, no qual os processos naturais são traduzidos para práticas agrícolas, tanto em sua forma quanto em sua função e dinâmica, ou seja, regeneração pelo uso, uma vez que o estabelecimento de áreas agrícolas altamente produtivas, e que tendem à independência de insumos e irrigação, tem como consequência a oferta de serviços ecossistêmicos, com especial destaque para a formação de solo, a regulação do microclima e o favorecimento do ciclo da água, no qual o plantio agrícola é concomitante à regeneração de ecossistemas.
Quem é Ernst Götsch? Agricultor e pesquisador, veio da Suíça para o Brasil na década de 80 e se instalou no estado da Bahia. Ao começar o cultivo em território brasileiro, ele conseguiu elaborar uma nova forma de cultivo, que ficou conhecido como agricultura sintrópica, no qual propôs a conservação da mata natural de determinado espaço, associando-a à plantação de culturas comerciais.
Para Götsch era necessário estabelecer uma relação de convívio mútuo com a natureza sem que atividades como o desmatamento ou o uso de quaisquer produtos químicos fossem utilizados para melhorar a qualidade do solo.
Propósito da agricultura sintrópica: O principal propósito dessa forma de cultivar alimentos está na preocupação com o meio ambiente, ou seja, com a não devastação e com a preservação das características naturais da região. A agricultura sintrópica não se utiliza de nada além do que o meio ambiente pode oferecer, inclusive, os agricultores recebem a orientação de não irrigar suas plantações, pois o equilíbrio será atingido de maneira natural.
Comunicação/Ufopa, com informações da organização do evento e do site Ciclo Vivo.
12/9/2019