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Universidade Federal do Oeste do Pará

Ultima atualização em 29 de Outubro de 2024 às 08:29

Pesquisa destaca potencial das libélulas para impulsionar ecoturismo de base comunitária na Amazônia


Estudo revela como insetos da ordem Odonata podem fomentar a consciência ambiental, contribuir para a conservação da biodiversidade e gerar oportunidades de renda sustentável para as comunidades locais.

Estudo inédito, realizado por uma equipe de cientistas da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade do Algarve (UAlg), de Portugal, revela que as libélulas, insetos pertencentes à ordem Odonata, podem desempenhar um papel fundamental na promoção do ecoturismo de base comunitária na Amazônia brasileira. Os resultados da pesquisa, publicados na revista Global Ecology and Conservation, destacam a importância do conhecimento ecológico tradicional e da participação comunitária no desenvolvimento de iniciativas de conservação em áreas protegidas na Amazônia.

A pesquisa é detalhada no artigo “Neotropical dragonflies (Insecta: Odonata) as key organisms for promoting community-based ecotourism in a Brazilian Amazon conservation area”, que tem como autores os cientistas Mayerly Alexandra Guerrero-Moreno (Ufopa), Leandro Juen (UFPA), Miguel Puig-Cabrera (UAlg), Maria Alexandra Teodósio (UAlg) e José Max Barbosa Oliveira Junior (Ufopa).

De acordo com os pesquisadores, a incorporação de insetos no ecoturismo aumenta a conscientização sobre sua importância nos ecossistemas. No entanto, a inclusão desse grupo em atividades ecoturísticas ainda é rara, mas com grande potencial. Por isso, táxons emblemáticos, como as libélulas, conhecidas na Amazônia como jacinas, com perfis de alta popularidade, podem fomentar o interesse de públicos de todas as idades em relação a outros invertebrados, o que é vital, dada a atual perda de biodiversidade.

 

As libélulas são conhecidas como jacinas na Amazônia.
Foto: Acervo da pesquisa.

 

"As libélulas são vistas como símbolos culturais e ambientais importantes, por isso sua inclusão no ecoturismo de base comunitária pode fortalecer a conexão entre a comunidade, os visitantes e a biodiversidade local”, afirma Mayerly Alexandra Guerrero-Moreno, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento (PPGSND) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).

O estudo foi realizado na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, situada na Amazônia brasileira, onde foram entrevistados 415 líderes e moradores indígenas e não indígenas, revelando que 98,55% dos participantes reconhecem esses organismos e atribuem a eles valores estéticos, ambientais, culturais e econômicos. “Esse estudo faz parte do INCT Sínteses da Biodiversidade Amazônica e do PPBIO Amazônia Oriental, que buscam promover essa integração, pois acreditamos que ela seja essencial para a conservação da biodiversidade e para o desenvolvimento sustentável”, afirma Leandro Juen, um dos autores do artigo.