Ultima atualização em 26 de Abril de 2019 às 16:54
O mês de abril foi marcado por uma série de encontros para discutir as formas de ingresso de alunos indígenas e quilombolas na Universidade Federal do Oeste do Pará, como parte do Seminário dos Processos Seletivos Especiais. Participam membros da comunidade acadêmica e representantes de organizações sociais.
Nestes dias 25 e 26 de abril ocorre em Santarém a terceira etapa do seminário, que tem o objetivo de discutir e avaliar a política pública de inclusão étnico-racial, bem como estabelecer critérios para a elaboração dos editais do Processo Seletivo Especial Indígena (PSEI) e Processo Seletivo Especial Quilombola (PSEQ) da Ufopa para os anos de 2020 e 2021.
A programação em Santarém finaliza o processo de debates coletivos desenvolvido em municípios da região, referente aos processos seletivos especiais. De acordo com a professora Solange Ximenes, Pró-Reitora de Ensino de Graduação, os resultados das discussões vão orientar a seleção dos alunos indígenas e quilombolas nos próximos dois anos. Em Santarém, está sendo discutida a proposta de edital, considerando a forma de seleção, o perfil dos candidatos à política de ações afirmativas da universidade, a resolução que regulamenta os processos seletivos para dizer o que são os PSEs e garantir vagas para os próximos editais. “Também, durante esses dois dias, nós ouviremos as demandas dessas comunidades para orientar a política de ações afirmativas da universidade, ou seja, as comunidades vão expressar os seus desejos sobre quais cursos, o número de vagas que almejam. A universidade vai juntar essas informações com todas as outras levantadas nos demais municípios e estabelecer quais serão as ações da Ufopa nos próximos dois anos, contemplando as demandas, mas também a sua condição de atendimento”, disse professora Solange.
Os editais discutidos no seminário apresentam proposta de realização dos processos seletivos no mês de outubro, com data a ser definida. O lançamento deve ocorrer um mês antes para dar tempo aos candidatos para a preparação.
O reitor, professor Hugo Diniz, na abertura do seminário em Santarém, destacou que uma universidade como a Ufopa, sendo uma universidade da Amazônia, não pode existir sem a presença dessas comunidades tradicionais. “A Ufopa avançou muito nesse quesito ao longo dos anos. Hoje temos um processo especial indígena, um processo especial quilombola, e estamos consolidando essa política de construção coletiva desses processos seletivos”, enfatizou o reitor. Professor Hugo destacou que o seminário é um momento importante de avaliação e de busca de novas perspectivas para esses processos, considerando os desafios que se apresentam no cenário nacional para as universidades.
Entre as lideranças presentes na programação estava Dileudo Guimarães, presidente da Federação das Organizações Quilombolas de Santarém (FOQS). Para ele, é importante as lideranças fazerem parte dessas discussões para acompanharem as mudanças que ocorrem nos processos. “É um momento muito oportuno para a gente também apresentar propostas e fazer valer aquilo que é direito nosso”, disse.
Novo momento com lideranças indígenas
Considerando que parte das lideranças indígenas da região, nestes dias, participa da programação do Acompanhamento Terra Livre, em Brasília, a coordenação do seminário marcou uma conversa específica sobre o tema para a próxima semana. Professora Solange Ximenes informou que se reunirá com o grupo no dia 2 de maio, pela manhã, para discutir os principais encaminhamentos do seminário.
Seminário nos demais municípios
A primeira etapa do Seminário dos Processos Seletivos Especiais ocorreu nos dias 9 e 10 de abril, em Itaituba e Jacareacanga, e a segunda, dias 15 e 16 de abril, em Oriximiná. Membros da Comissão de Avaliação do PSE foram para os municípios e conduziram as discussões com as lideranças indígenas e quilombolas.
Comunicação/Ufopa
26/4/2019
