Ultima atualização em 13 de Novembro de 2019 às 18:10
A terceira edição do ComunicAção Indígena da Ufopa começou hoje e continua até amanhã, 13 de novembro, no auditório Wilson Fonseca, Unidade Rondon/Campus Santarém. A programação é organizada pelo programa de Formação Básica Indígena (FBI), em parceria com o Instituto de Ciências da Educação (Iced).
Na mesa de abertura estavam representantes de unidades acadêmicas, de lideranças indígenas e da coordenação do evento. O ComunicAção Indígena é um espaço de compartilhamento de experiências de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas pelos estudantes indígenas em suas comunidades de origem. Esta edição destaca a temática “Tecendo saberes na relação universidade e comunidade”.
A coordenadora da Formação Básica Indígena, professora Denize Carneiro, ressaltou que a programação é destinada à comunidade acadêmica da Ufopa, instituições de ensino superior, profissionais das redes pública e particulares de ensino, estudantes de pós-graduação e graduação e a sociedade em geral. “O evento é aberto ao público e, realmente, é um momento para se vivenciar essa experiência, conhecer um pouco mais sobre os povos indígenas que estão tão perto de nós, mas que, ao mesmo tempo, parecem distantes porque nós não conhecemos as realidades e as experiências que eles estão vivendo”, disse professora Denize.
Além das exposições realizadas pelos estudantes, dois pesquisadores que trabalham com pesquisas voltadas aos povos indígenas na região amazônica participam das reflexões nas conferências e palestras do evento: o professor Gersem Baniwa, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), e a professora Áustria Brito, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).
A conferência de abertura do evento foi feita pelo professor Gersem Baniwa, com o tema “Indígenas no ensino superior: por que os indígenas querem estar na universidade e por que a universidade precisa dos povos indígenas?”. Em seu pronunciamento, o professor destacou a conquista histórica da sociedade com a inserção dos indígenas no ensino superior: “A conquista desse direito básico, humano e fundamental dos indígenas também acessarem o ensino superior é uma conquista histórica importante a ser comemorada. Assim como importante também é sempre assegurar a continuidade desse direito”. Outro aspecto que ele ressaltou é o encontro de saberes com o encontro de povos na universidade. “Com isso é a sociedade que ganha, é a humanidade que ganha. A ciência aumenta sua capacidade de dar respostas às necessidades, demandas e mazelas da humanidade”, acrescentou professor Gersem.
Ele ainda ministra a palestra “O que você precisa saber sobre o indígena hoje: reflexões para a prática docente” nesta quarta-feira, às 18 horas, também no auditório Wilson Fonseca, Unidade Rondon.
Durante a programação serão apresentados 25 trabalhos desenvolvidos pelos estudantes indígenas que ingressaram na Ufopa por meio do Processo Seletivo Especial de 2019. Esses trabalhos estão disponíveis no Caderno de Resumos do evento.
Formação Básica Indígena
A FBI é um instrumento da Política de Ação Afirmativa da Ufopa. Iniciada em 2016, é um programa com o objetivo de minimizar problemas enfrentados pelos indígenas no âmbito dos seus cursos de graduação. É uma formação inicial que se propõe a trabalhar a autonomia intelectual dos discentes indígenas, oriundos do Processo Seletivo Especial Indígena (PSEI), com conteúdo das ciências exatas (matemática), ciências humanas (língua portuguesa, antropologia, direito etc.) e tecnologias.
Comunicação/Ufopa
12/11/2019, atualizada em 13/11/2019.
